O tema desta conversa é a descrição de um novo intento
e ataque à ordem natural, à civilização cristã e à Igreja.
Por trás desse intento existe um poder oculto, inimigo
de Deus, cuja cabeça só pode ser Satanás, que, por meio de organismos
internacionais, organizações não governamentais e meios de comunicação de
massa, vai impondo ideologias e modos de pensar e falar, em aberta oposição à
Igreja Católica, à ordem cristã e natural. Sua meta: a Nova Ordem Mundial,
humanista, antropocêntrica, na qual Deus é substituído pelo homem; um pretenso
paraíso terrestre, em lugar da vida eterna.
Já faz mais de um século e meio que esse inimigo foi clara e
publicamente denunciado pela hierarquia eclesiástica: “A Igreja teve outros
inimigos (…); venceu a todos. Hoje, tem de enfrentar a Revolução”. E Monsenhor
Gaume a definiu assim:
“Se, arrancando-lhe a máscara, perguntarem-lhe: ‘Quem és
tu?’, ela responderá: ‘Não sou o que se imagina. Muitos falam de mim, mas
poucos me conhecem. Não sou nem a Carbonária…, nem o motim…, nem a mudança da
monarquia em república, nem a substituição de uma dinastia por outra, nem os
distúrbios momentâneos da ordem pública. Não sou nem as vociferações dos
jacobinos, nem os furores da Montanha, nem o combate de barricadas, nem o
saque, nem o incêndio, nem a lei agrária, nem a guilhotina, nem os afogamentos.
Não sou nem Marat, nem Robespierre, nem Babeuf, nem Mazzini, nem Kossuth1.
Estes homens são meus filhos, não são eu mesma. Estes homens e estas coisas são
fatos passageiros; já eu sou um estado permanente. Sou o ódio de toda ordem não
estabelecida pelo homem e na qual ele não seja rei e Deus a um só tempo. Sou a
proclamação dos direitos do homem sem a preocupação com os direitos de Deus.
Sou a fundação do estado religioso e social sobre a vontade do homem em vez da
vontade de Deus. Sou Deus destronado e o homem posto em seu lugar (o homem
chegando a ser, ele mesmo, a sua finalidade). Eis aqui por que me chamo
Revolução, quer dizer, inversão’.”
Nesse plano orgulhoso, blasfemo e diabólico, uma nova
inversão vai se impondo com força avassaladora: a ideologia do gênero,
aberrante atentado contra a ordem natural. É o que iremos expor com brevidade,
propondo ao final algumas idéias para combatê-la.
2. Que se entende por ideologia do gênero? Sua definição,
suas origens.
« Et creavit Deus… masculum et feminam creavit eos » “Varão
e fêmea os criou” (Gn 1, 27)
Pouco a pouco, e cada vez com mais freqüência, encontra-se
nos documentos e protocolos elaborados por organismos internacionais, em
tratados firmados pelos países, em leis anti-discriminatórias, e mesmo em
formulários corriqueiros, como pedidos de empréstimo, reservas de passagem
etc., o termo “gênero” para se referir aparentemente ao sexo.
Será isto algo corriqueiro, uma normal evolução da
linguagem, uma moda que expressa com outra palavra o mesmo de sempre; ou, ao
contrário, trata-se de transmitir e impor uma nova ideologia com um objetivo
determinado?
A ideologia – fruto de um hábito vicioso do espírito –
foi definida como “um sistema fechado de idéias que se constitui, para o homem
que se identifica com ele, em fonte de toda a verdade, de toda a retidão
prática e moral”. Não vigora somente no plano especulativo, mas funde as
funções teórica e prática do intelecto numa só, transformando-as numa tarefa
criadora, taumatúrgica, que tem de se realizar sobre o homem, para
transformá-lo radicalmente, e sobre a sociedade, vista como a única dimensão
real do novo homem, devendo por isso ser modificada absolutamente, para que
seja fiel expressão e, ao mesmo tempo, o cadinho da transformação do indivíduo.
Em resumo, não é uma teoria comprovada pela lógica ou
experimentalmente, mas sim um corpo fechado de idéias, que parte de um
pressuposto básico falso – que por sua vez deve impor-se pela recusa de toda
análise racional – e que logo se desdobra nas conseqüências lógicas desse
principio falso. As ideologias se impõem pelo uso dos sistemas formal (escola e
universidade) e informal (meios de propaganda) de ensino.
No âmbito que nos interessa, [a ideologia] aplica-se a
transformar radicalmente as noções de sexo masculino e feminino, unificando-as
na de “gênero”, termo que também deixa de ter seu sentido biológico clássico
aplicado à espécie humana como conjunto de pessoas que “possuem uma ou várias
características comuns dadas pela mesma natureza”, e o substitui pela idéia,
não de algo dado pela natureza (os sexos masculino e feminino), mas sim de uma
realidade que é escolhida, que o indivíduo mesmo constrói a partir do ambiente
cultural.
Para entender melhor o sentido dessa verdadeira revolução,
não apenas semântica, mas cultural, citemos um texto utilizado nas
universidades norte-americanas sobre o que se pretende introduzir: “O gênero é
uma construção cultural. Por conseguinte, não é o resultado causal do sexo, nem
algo tão aparentemente fixo como o sexo. Ao se teorizar que o gênero é uma
construção radicalmente independente do sexo, o gênero mesmo vem a ser um conceito
livre de correntes. Em conseqüência, homem e masculino poderiam significar
tanto um corpo feminino como um masculino; mulher e feminino, tanto um corpo
masculino como um feminino” 2.
Parte-se da falsa premissa de afirmar que as coisas
não dependem do que “são”, mas do que alguém desejaria que elas “fossem”, ou do
que alguém decide, e da seguinte suposição (de algo que, para essa ideologia, é
um abuso): que foi para manter a hegemonia do domínio masculino que o homem
constituiu a superestrutura do que denominam “sociedade patriarcal”, na qual a
exclusividade da relação entre homem e mulher é uma construção social e
cultural que se pode e deve modificar para evitar a “violência do gênero”, e
obter a libertação e igualdade de direitos da mulher.
Impera um fundo revolucionário de negação dessa realidade
que chamamos de “natureza humana” – sobre isso falaremos mais adiante –,
impondo algo a mais que a igualdade entre homem e mulher, tema tratado
habilmente na I Conferência Mundial da Mulher, que aconteceu no México em 1975.
Um dos documentos resultantes dessa I CMM, a chamada
“Declaração do México”, tenta definir o que significa a igualdade entre homens
e mulheres. Diz assim: “A igualdade entre homens e mulheres significa igualdade
quanto à sua dignidade e valor como seres humanos, assim como igualdade em seus
direitos, oportunidades e responsabilidades”. Porém, mais adiante, no Plano de
Ação da I CMM, amplia-se a definição de igualdade: “A igualdade entre o homem e
a mulher implica que deveria existir igualdade de direitos, oportunidades e
responsabilidades (…). Quanto a isso, é necessária uma revalorização das
funções e dos papéis dados tradicionalmente a cada sexo na família e na
sociedade. A necessidade de uma mudança no papel tradicional dos homens assim
como das mulheres deve ser reconhecida (…)”. E estende-se a explicação quando
se descreve como se deve alcançar essa igualdade tão desejada. A igualdade de
direitos, oportunidades e responsabilidades será obtida mediante a
“redistribuição de funções e papéis tradicionais adjudicados a cada sexo”, quer
dizer, através da desconstrução e reconstrução do que são o homem e a mulher.
Como vemos, querem eliminar qualquer resquício de natureza e de tradição.
Mas foi na IV Conferência Mundial da ONU sobre a mulher,
celebrada em Pequim, em 1995, que começou a difusão em escala mundial dessa
nova ideologia, persuadindo vários delegados de diversos países de que se
tratava de uma luta em favor dos direitos da mulher.
As ativistas tiveram a habilidade de distribuir alguns
textos com definições ambíguas sobre a sexualidade polimorfa, evitando utilizar
palavras como marido, mulher, esposa, mãe, pai etc., e ressaltando em tons
vitimistas a perseguição que, segundo elas, sofrem por parte dos setores
tradicionais.
A diretora da conferência, ao ser perguntada sobre o tema,
assim o definiu: “o gênero se refere às relações entre homens e mulheres
baseadas em papéis socialmente definidos que se atribuem a um ou a outro sexo”,
o que por sua generalidade e ambigüidade provocou o pedido de esclarecimentos e
definições. Estas chegaram rapidamente com a intervenção de Bella Abzug,
representante e ex-congressista americana, explicando mais detalhadamente a
noção de gênero: “o sentido do termo gênero evoluiu, diferenciando-se da
palavra sexo, para expressar que a realidade da situação e dos papéis da mulher
e do homem são construções sociais sujeitas a mudanças”.
A canadense Rebecca J. Cook, redatora do informe oficial da
ONU na reunião, não fez cerimônia e disse explicitamente o que se buscava: “os
sexos já não são dois, mas cinco, e portanto não devemos falar de homem e
mulher, mas de mulheres heterossexuais, mulheres homossexuais, homens
heterossexuais, homens homossexuais e bissexuais”.
Outra das feministas [presentes] não hesitou em dizer que
“não existe homem natural ou mulher natural, não existe um grupo de
características ou condutas exclusivas a um só sexo, nem sequer na vida
psíquica”. Chegou-se a afirmar também que era preciso reconhecer os direitos
reprodutivos das mulheres lésbicas, no que se incluiria o “direito” a conceber
filhos por meio da inseminação artificial com sêmen anônimo, e de adotar
legalmente os filhos de suas companheiras.
Para essa corrente revolucionária, o sexo aparece como algo
secundário frente ao gênero. O sexo é o aspecto biológico do ser humano; o “gênero”,
porém, resulta da própria construção cultural da sexualidade a partir de uma
decisão ou escolha autônoma de cada pessoa.
Em suma, cada um não apenas escolhe ser homem ou mulher, mas
também o conteúdo do que para cada um significa ser homem ou mulher.
Divinização da pessoa, negação e destruição da natureza.
Isso fica evidente a partir do que disse uma das defensoras
dessa nova ideologia, Marta Lamas: “a riqueza da investigação, reflexão e
debate acerca do gênero conduz inevitavelmente a suprimir a essência da ideia
de mulher e homem”. E, mais adiante, “não existe homem (natural) ou mulher
(natural)…”. E, mais radicalmente, afirma que “o movimento gay surge como uma
instância libertadora, já que afirma, com razão, que a sociedade está errada a
respeito da homossexualidade e da heterossexualidade: nem a primeira é
antinatural, nem a segunda é natural”.
Assim negada a natureza, [essa ideologia] trata de apagar os
aspectos biológicos do sexo humano. Supõe, para isto, serem possíveis, ao menos
em teoria, múltiplas combinações entre cinco áreas fisiológicas do ser humano:
genes, hormônios, gônadas, órgãos reprodutores internos e externos, combinações
diversas que configurariam “inter-sexos” que se somariam ao masculino e ao
feminino.
Como esta tese é indemonstrável biologicamente, outros
autores, escamoteando as diferenças corporais, trataram de fundar suas teses em
aspectos psicológicos, muito menos rigorosos do ponto de vista científico.
Para isso, afirma-se que investigações em diversas
populações do mundo mostraram que a masculinidade psicológica de uma pessoa
(homem ou mulher [sic]), prediz de maneira muito significativa não apenas
aproveitamento matemático, mas ainda a habilidade matemática e ansiedade pelas
matemáticas. Prediz também rendimento em tarefas espaciais. Mesmo assim,
dependendo de se a masculinidade é alta, também será a motivação de sucesso e
expectativa de êxito.
Nessa suposta comprovação, pode-se observar, como diz um
autor: 1) que se escamoteiam os condicionamentos biológicos; 2) não haveria
natureza humana, uma vez que os atributos masculinos poderiam ser construídos
psicologicamente por qualquer um, seja homem ou mulher; 3) nega-se a
complementaridade dos sexos, não apenas para procriar, mas em todos aspectos da
vida; 4) atribui-se arbitrariamente a determinadas características o serem elas
masculinas ou femininas, em virtude de algumas estatísticas (como se os
comportamentos humanos fossem quantificáveis).
Uma vez negada a natureza humana, será preciso afirmar a
autonomia absoluta de cada pessoa para “construir” seu próprio gênero; cada
cultura conceberia o que é masculino ou feminino por um processo, uma
aprendizagem. Por isso, Simone de Beauvoir afirmava que “não se nasce mulher,
mas se chega a sê-lo”, e que “identidade de gênero refere-se ao sentimento de
pertencer ao gênero feminino ou masculino. É a inscrição psíquica do gênero.
Posso ou não coincidir com o meu sexo biológico”. Mais ainda, para essas
ideólogas, o gênero não apenas determina os sexos, mas também a percepção de
todo o resto, o social, o político, o religioso, o quotidiano.
Se [tudo isto] se escolhe, então pode ser mudado; está aí um
elemento para renovar a história cultural, pela “desconstrução (eliminação) de
certas práticas, discursos, e representações sociais que discriminam, oprimem e
agridem as pessoas em função do gênero”. Importa chegar ao objetivo final, que
é reformular, simbólica e politicamente, uma nova definição do que é ser pessoa
– um ser humano e um sujeito –, seja em corpo de mulher ou de homem.
A base profunda dessa ideologia é o ateísmo teórico e
prático: uma cultura sem Deus, na qual o homem, sem nenhuma limitação que lhe
imponha princípios ou alguma ordem determinada, torna-se dono absoluto de seu
destino. É o homem que brinca de ser Deus, a heresia liberal, eco daquele
primeiro grito luciferino ―“não servirei” ―, e que soprou no ouvido do primeiro
casal ― “sereis como deuses”. O fundo filosófico que os sustenta é o
relativismo, o liberalismo malthusiano, o marxismo freudiano e o
existencialismo de Sartre, que podemos resumir no personalismo.
Os meios de que se vale já adiantamos: organismos
internacionais, meios de comunicação de massa, leis3,
currículos educacionais obrigatórios com conteúdos “transversais”, isto é, que
introduzem a “perspectiva de gênero” em todas as áreas educativas, isto desde a
infância4,
acompanhados de uma mudança de linguagem5 pela
qual os termos usados já não expressam as essências das coisas, mas respondem a
significados diversos e carregam uma ressonância espiritual que funciona como
um reagente sobre o espírito e faz com que as pessoas não se entendam ainda que
utilizando as mesmas palavras. Léxico fechado, inteligível só para os
iniciados. É a moderna Torre de Babel6.
3. Crítica e modo de enfrentar esta revolução:
Nossa refutação será a partir da Revelação, da teologia
moral e da sã filosofia.
Do primeiro ponto de vista, é necessário saber o que a
Sagrada Escritura diz.
Deus fez chover sobre Sodoma e Gomorra fogo e enxofre,
destruiu-as completamente por estas ações nefandas de seus habitantes7. Mais tarde, Deus volta a abominar tais atitudes
e/ou ações:
“Não vos mancheis com nenhuma dessas coisas, com que se têm
contaminado todas as gentes que eu expulsarei da vossa vista. Mancharam esta
terra, castigarei seus crimes e a terra vomitará seus habitantes. Guardai as
minhas leis e os meus mandamentos, e não cometais nenhuma destas abominações,
tanto os naturais como os estrangeiros entre vós. Todas estas execrações
cometeram os que foram antes de vós habitantes desta terra, e assim a
contaminaram. Vede, pois, não suceda que, assim como ela vomitou a gente que
aqui estava antes de vós, vos vomite também a vós, se fizerdes outro tanto.
Todo aquele que cometer alguma destas abominações, será eliminado do meio do
seu povo. (...) Se um homem pecar com um homem, como se ele fosse uma mulher,
ambos cometeram uma coisa execranda; morram sem remissão: o seu sangue caia
sobre eles.”8
São Paulo recorda essas coisas acontecidas na raiz da
idolatria:
“Pelo que Deus os abandonou aos desejos do seu coração, à
imundície; de modo que desonraram os seus corpos em si mesmos, eles que
trocaram a verdade de Deus pela mentira e que adoraram e serviram a criatura de
preferência ao Criador, que é bendito por todos os séculos. Amém. Por isso Deus
entregou-os a paixões de ignomínia. Efetivamente, as suas próprias mulheres
mudaram o uso natural em outro uso, que é contra a natureza, e, do mesmo modo,
também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam nos seus desejos
mutuamente, cometendo homens com homens a torpeza e recebendo em si mesmos a
paga que era devida ao seu desregramento. E, como não procuraram conhecer a
Deus, Deus abandonou-os a um sentimento depravado, para que fizessem o que não
convém, cheios de toda a iniquidade, de malícia, de fornicação... Os quais,
tendo conhecido a justiça de Deus, não compreenderam que os que fazem tais
coisas são dignos de morte eterna; e não somente quem as faz, mas também quem
aprova aqueles que as fazem.”9
E insiste:
“Não sabeis que os injustos não possuirão o reino de Deus?
Não vos enganeis, nem os fornicadores, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem
os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os que
se dão à embriaguez, nem os maldizentes, nem os roubadores possuirão o reino de
Deus.”10
Para todos eles, ratifica o livro do Apocalipse que “a sua
parte será no tanque ardente de fogo e de enxofre; o que é a segunda morte”11 .
Recordemos agora, seguindo Santo Tomás, o que nos ensina a
Teologia moral sobre os pecados contra a natureza:
“(…) Assim como a ordem da razão reta provém do homem, assim
a ordem da natureza procede de Deus mesmo. Portanto, os pecados contra a
natureza, que lhe violam a ordem, fazem injúria ao próprio Deus ordenador da
natureza. Por isso, Agostinho diz: Os delitos contrários à natureza em toda
parte e sempre devem ser detestados e punidos, como o foram os dos Sodomitas;
e, se todas as gentes os praticassem, incorreriam ainda assim no mesmo crime,
por força da lei divina, que não fez os homens para que entre si se entregassem
a tais atos. O que também viola a familiaridade que devemos ter com Deus, pois,
a mesma natureza, de que ele é o autor, fica poluída pela perversidade da
lascívia.”12
E ainda: “Os vícios contra a natureza são (...) tanto mais
graves que a corrupção do sacrilégio, quanto a ordem imposta à natureza é
anterior e mais estável que qualquer outra ordem superveniente.”13
Vale a pena recordar seus argumentos:
“Em qualquer ordem de coisas, a corrupção do princípio é
péssima, porque dele depende tudo o mais. Ora, os princípios da razão fundam–se
na natureza, pois a razão, pressuposto o que foi determinado pela natureza,
dispõe convenientemente a sua atividade. O que se dá tanto na ordem
especulativa como na prática. E portanto, assim como na ordem especulativa é
gravíssimo e o mais funesto o erro em matéria cujo conhecimento é naturalmente
infuso no homem, assim, na ordem prática, agir contra o determinado pela
natureza é gravíssimo e desonestíssimo. Ora, como pelos vícios contra a
natureza o homem transgride o determinado por ela quanto à prática dos atos
venéreos, daí vem que, nessa matéria, o referido pecado é o gravíssimo.”14.
Como se pode ver, o núcleo central deste erro
monstruoso é sua recusa da ordem divina revelada e impressa também na própria
natureza. Esforçam-se assim em rechaçar a própria natureza humana,
substituindo-a pela pura subjetividade, um feroz individualismo, liberalismo,
que na ordem filosófica se apresenta como uma consequência do mais bruto
personalismo.
a) a heresia personalista
[Nota da Permanência: as linhas seguintes, em que Pe. Olmedo
refuta a heresia personalista, parecerão áridas aos pouco familiarizados com o
linguajar e termos filosóficos. É possível, no entanto, pular para a seção
final do artigo sem prejuízo da compreensão]
Para todas essas teorias, a sociedade, a autoridade e suas
leis, a ordem natural são modos de submeter e eliminar a liberdade, que aparece
como o primeiro dos bens humanos.
Por isso têm o prurido especial de insistir na liberdade da
pessoa, reduzindo ao mínimo as conexões de ordem natural e as obrigações ou
sujeições que se seguem das diversas leis: eterna, natural, humana justa. Em
toda lei, o personalista vê uma afronta à dignidade de sua pessoa humana.
Reduzindo a um mínimo as conexões com a norma moral, e
desconfiando desse mínimo que resta, o personalista altera o sujeito da
moralidade, que já não é mais o ato humano definido pelo seu objeto, mas a própria
pessoa. O acento é colocado no individual, na individualidade do sujeito contra
a universalidade da natureza.
Às tendências e exigências da natureza, a ética personalista
responde que a pessoa transcende a natureza. É a resposta à mão para responder
às vozes da própria natureza. O personalismo destaca a pessoa como uma segunda
natureza; põe o destaque na pessoa sem se perguntar pelo constitutivo íntimo da
própria personalidade; a pessoa é considerada como algo singular e fechado,
concebida como algo superior a ela [natureza].
Em todos esses “ideólogos”, a recusa da Natureza e de sua
ordem procede de um mesmo erro fundamental. Compartilham a falsa crença de que
falar de “essência”, de “natureza”, de “ordem”, implica cair em uma postura
rígida, imóvel, totalmente estática, o que é absurdo, pois não há conexão
alguma entre ambas as afirmações. Daí o seu “construcionismo” e escolha do que
se deseja ser, daquilo que o homem sente a respeito de si mesmo.
A filosofia cristã opõe a esses erros uma concepção muito
diferente, que se conforma à nossa experiência. Para além de toda mudança, há
realidades permanentes: a essência ou natureza de cada coisa ou ser: “de si –
diz Santo Tomás –, a intenção da natureza visa sempre e principalmente ao que é
perpétuo”15. A evidência da mudança não apenas não
suprime essa natureza, mas também necessariamente a pressupõe. A experiência
cotidiana nos mostra que as pereiras dão sempre peras e não maçãs nem nozes, e
que o olmeiro nunca produz pera. A “estabilidade” de sua natureza faz com que
as vacas tenham bezerros e não girafas, e que os bezerros tenham sempre uma
cabeça, uma cauda e quatro patas. E quando, em alguma ocasião, aparece algum
com cinco patas ou com duas cabeças, o bom senso espontaneamente compreende que
é algo defeituoso, antinatural. Reações de senso comum que só fazem comprovar
que existe não apenas natureza, mas ordem natural. A evidência dessa ordem
universal é o que nos permite distinguir o normal do patológico, o são do
enfermo, o louco do sensato, o motor que funciona bem do que funciona mal, o
bom pai do mau pai, a lei justa da lei iníqua.
O simples contato com as coisas nos mostra que o natural
existe na intimidade de cada ser, e que essa natureza é a explicação das
operações e atos de cada ser: o porquê de a formiga ser o que é, e construir
formigueiros e fazer tudo quanto faz; por que o joão-de-barro é como é, pode
construir seu ninho tal como faz, por que o homem é como é naturalmente, pode
pensar, sentir, amar e trabalhar “humanamente”…
A própria ciência confirma não apenas que cada ser tem uma
essência ou natureza, mas também que essa natureza não é fruto de um cego
acaso, mas de uma ordem, de um princípio de finalização ou de finalidade, e de
uma hierarquia, uma harmonia que se manifesta em todos os seres e em todos os
fenômenos, e que a submissão a essa ordem é o que o aperfeiçoa. Quando a gata
tem gatinhos, tudo vai bem, mas se dela nascessem passarinhos, diríamos que
existe uma desordem, que algo monstruoso e antinatural está acontecendo.
O homem não é simplesmente bom pelo mero fato de ser pessoa,
mas pela conformidade de seu agir com o fim. A dignidade moral vem à pessoa
humana da conformidade de sua operação com o fim último. Somente assim torna-se
bom e digno moralmente.
No desprezo da natureza, vai implícito o desprezo de toda
ordem heterônoma ao próprio homem. A pessoa fica solitária e isolada em sua
racionalidade. Mais ainda, há uma verdadeira amputação metafísica, por assim
dizer, na própria ordem da natureza específica do homem. Desprezada a natureza
humana específica, estabelece-se uma dissociação mais radical de ordem
metafísica, que dissolve todo saber e todos os afazeres em uma problemática do
concreto e singular. E do concreto não se tira senão problemas e generalizações
de dados empíricos. Por isso, dizemos uma problemática de fatos concretos:
chegamos ao historicismo, ao materialismo e à anarquia.
Ao dizer que a pessoa transcende a natureza, parte-se de
premissa falsa. A pessoa transcende a natureza animal; não transcende a
natureza específica e própria do homem. Não há, portanto, um desdobramento que
oponha realmente pessoa e natureza. A pessoa é tal pela racionalidade, a pessoa
é a substância individual racional; a racionalidade é, por sua vez, a diferença
específica, ou a forma constitutiva do homem enquanto tal. A espécie humana
está em cada um dos indivíduos, constituindo-os em seres racionais. Cada homem
é racional, não pelo que tem de singular, mas pelo que tem de específico. O
específico se concretiza no indivíduo pela matéria assinalada pela quantidade.
Aquilo que o especifica é sua racionalidade, e o racional é constitutivo da
personalidade. A pessoa é inteligente, livre etc., não pelo que o homem tem de
individual e concreto, mas pelo que possui de racional, de sua natureza específica.
Cada pessoa humana possui a mesma natureza de Adão, e são
incalculáveis as consequências que se tiram dessa unidade de natureza comum a
todos os homens; como são também incalculáveis as consequências, na ordem do
saber e na ordem prática, de um desconhecimento da própria natureza.
Não existe mera unidade de natureza, mas uma unidade da
natureza humana de categoria racional, ou seja, pessoal. Os homens nos
comunicamos entre nós não por algo baixo e desprezível, mas pela própria
natureza específica. Cada homem é pessoa porque é um indivíduo que possui
aquela natureza formalmente humana, que é a racional. A racionalidade, que é o
específico e constitutivo, constitui o supósito como racional, isto é, como
pessoa16.
A racionalidade, enquanto imaterial e espiritual, é
principio do conhecimento e liberdade do supósito. Enquanto princípio
cognoscitivo, dá-lhe o conhecimento de si mesmo, o sentido de sua autonomia e
independência. Mas a racionalidade, enquanto constitutivo da espécie, une os
indivíduos da mesma espécie em nível altíssimo. Os homens somos livres, mas
estamos ligados por uma natureza comum, que nos une na mesma espécie, exige de
nós um esforço comunitário, e nos pede responsabilidades comuns em ordem ao
nosso fim.
Em cada homem não existem apenas valores individuais; existe
uma zona profunda e comum a todos, de valores específicos, que arrasta consigo
o individual e concreto; exigências que arrastam o homem individual e o levam
ao bem moral, que é o bem da espécie.
Se uma pessoa, rebelando-se contra a natureza, ordena ao
concreto individual os valores humanos que devem se ordenar à espécie, e se não
obedece aos fins próprios de sua natureza racional, que a ordenam ulteriormente
a Deus, cai na culpabilidade moral e comete um pecado de soberba, que é o
apetite desordenado da própria excelência.
O supósito individual quer [então] suportar sozinho a
totalidade dos valores e perfeições da espécie. Nega a comunicação natural, e
dependências naturais que o correspondem com outros sujeitos, dentro da mesma
espécie. Nega a comunicação devida com outras pessoas no nível da
racionalidade. As relações de um sujeito com outro, no personalismo, são
opcionais, não exigidas pela natureza.
As liberdades modernas ― liberdade religiosa, liberdade de
pensamento etc. ― são a soberba revolta da pessoa individual que não se resigna
a interpretar as tendências e exigências íntimas de sua própria natureza, como
o exige a espécie e sua perfeição. É um desejo de recriar a Humanidade sem
Deus, sem uma natureza criada à imagem de Deus, sem uma finalidade posta por
Deus, sem uma convivência criada também por Deus, e um propósito de refazer em
cada homem o programa do demônio: sereis como deuses.
Quando o homem age, não o faz independente da natureza. Quem
age é a pessoa: ser racional; porém age por sua própria natureza, que é
precisamente isto: uma natureza racional e livre. O homem é simplesmente um
indivíduo da natureza humana; ao agir, deve agir segundo as exigências de sua
natureza racional. Assim fará o bem moral. De outro modo, destrói-se a si
mesmo, e destrói aos seus irmãos.
A partir dessa falsa filosofia, o homem pretende realizar
uma nova “criação” de si mesmo, da sociedade e do mundo, em que tudo muda, tudo
flui, tendo como fonte originária seus próprios caprichos e paixões e não, por
certo, a reta razão.
b) Modo de neutralizar esta ideologia
Não por meio da objeção de consciência, que se fundamenta
precisamente na liberdade de pensamento e no subjetivismo personalista que
acabamos de rechaçar…
Na ordem intelectual, voltar à sã filosofia de sempre,
isto é, a de Santo Tomás, e à teologia de sempre, também a de Santo Tomás, é
igualmente primordial; recuperando para o pensamento os princípios perenes do
bem pensar e do bem agir, levando em conta a ação humana em si, suas
circunstâncias e seu fim.
Na conversação ou expressão, recuperar, conservar e divulgar
os termos ou palavras da linguagem escrita e oral em seu significado de sempre,
denunciando e rechaçando significados diferentes e contrários.
No âmbito da educação, recuperar o sentido da virilidade e
da feminilidade em que devem ser formados os homens e as mulheres, sem confusão
nem união de sexos.
Fomentar uma maior vida familiar, em que seus integrantes
pratiquem toda classe de virtudes, ajudem-se nas necessidades comuns,
desenvolvam-se nas respectivas personalidades, abracem os sãos princípios
morais, espirituais e cívicos que os façam ser homens e mulheres de bem, bons
cidadãos e melhores católicos, animando-se uns aos outros na busca do fim comum
transcendente.
Na ordem social, formar grupos, comitês que defendam a sã
educação e se oponham por todos os meios a seu alcance a essas políticas de
gênero, fazendo apresentações, manifestações etc., pedindo a revogação das
normas ditadas pelas autoridades contra a ordem natural…
No dia-a-dia, em todas as esferas em que o católico
intervenha, deve dar testemunho de sua Fé; é convidado a atuar, na ordem
econômica, política, cultural, não por princípios meramente humanos, mas
inspirando a sua ação na Fé e na Caridade; não para o fim exclusivamente
temporal da cidade pluralista, mas para aperfeiçoá-la quanto ao natural e ao
sobrenatural. Toda a vida social deve inspirar-se em normas verdadeiras e
princípios cristãos, amparada no verdadeiro reinado social de Cristo.
1.[N.
do E.] Marat, Robespierre e Babeuf foram revolucionários com destacado papel na
Revolução Francesa. Giuseppe Mazzini (1805-1872) foi um revolucionário italiano
do século XIX; Lajos Kossuth (1802-1894) foi o líder da insurreição húngara de
cunho liberal-nacionalista de 1884 - vide, neste número, artigo sobre a
Hungria.
2.[N.
do E.] Citação da obra da feminista radical Judith Butler, “Gender Trouble:
Feminism and the subversion of identity”.
3.Em
maio de 2012, a Argentina sancionou a lei 26.743, sobre o direito à identidade
de gênero das pessoas, cujo primeiro artigo reconhece o direito à identidade de
gênero a qualquer pessoa, direito a seu reconhecimento, ao livre
desenvolvimento de sua pessoa conforme sua identidade de gênero, direito de ser
tratada de acordo com sua identidade de gênero e, em particular, de ser
identificada desse jeito nos documentos que acreditam sua identidade a respeito
do(s) nome(s) de batismo, imagem e sexo com os que ali fica registrada. Em
seguida, define o que entende como tal e seu exercício: “Definição. Entende-se
por identidade de gênero a vivência interna e individual do gênero tal como
cada pessoa o sente, o que pode corresponder ou não com o sexo designado no
momento do nascimento, incluindo a vivência pessoal do corpo. Isso pode
envolver a modificação da aparência ou da função corporal por meios
farmacológicos, cirúrgicos ou de outra índole, sempre que seja livremente
escolhido. Também inclui outras expressões de gênero, como a vestimenta, o modo
de falar e gestual. Exercício. Toda pessoa poderá solicitar a retificação
registral do sexo, e a mudança do nome de batismo e imagem, quando não
coincidam com sua identidade de gênero auto percebida.”
4.Por
exemplo, existem uns desenhinhos animados que se usam na Espanha para
apresentar esta ideologia a crianças menores de cinco anos, acompanhados de
músicas preparadas ex professo: “Quando me levanto faço minha cama… ajudar em
casa não é nenhum drama… todos os dias quando ordeno, colaboro nas tarefas
sempre que posso… As meninas e os meninos somos iguais… queremos que respeitem
nossos gostos pessoais… chegar a ser o que imaginemos… pois neste mundo juntos
viveremos, juntos viveremos… juntos viveremos…Oba! Todos os brinquedos são
alucinantes…carrinhos e bonecas são interessantes… você decide com o que quer
brincar...” (www.youtube.com/watch?v=doy4u219Y5Q).
Outro exemplo são os acampamentos organizados nos Estados Unidos por Lindsay
Morris, para crianças com inconformidade de gênero entre as idades de 5 a 12
anos, chamados “Você é você”, “um refúgio seguro, onde as crianças recebem
apoio para experimentar um lugar livre de preconceito”, porque “para muitos
deles, suas percepções de gênero não estão alinhadas a seus corpos”. “Eles mais
tarde podem se identificar como gay, transexual ou algo intermédio”, “esta é
apenas uma maneira de ser que sempre existiu, mas só agora estamos desenvolvendo
a capacidade de dizer que está certo não colocar a todos em uma impecável caixa
pequena” e “ vai requerer de todos nós que rompamos com o hábito de designar as
pessoas com um rótulo de gênero e começar a pensar o gênero como uma variedade
mais ampla”.
5.A
obstinação de Bella Abzug em incluir o termo “gênero” em Pequim chamou a
atenção de muitos delegados. No entanto, o assombro e desconcerto foi maior
quando um dos participantes difundiu alguns textos empregados pelas “feministas
do gênero”, professoras de renomadas Faculdades e Universidades dos Estados
Unidos. De acordo com estes textos, as “feministas do gênero” defendem e
difundem as seguintes definições: “Hegemonia ou hegemônico: ideiasidéias ou
conceitos aceitos universalmente como naturais, mas que na verdade são
construções sociais. Desconstrução: A tarefa de denunciar as ideiasidéias e
linguagem hegemônicos (isto é, aceitos universalmente como naturais), com o
objetivo de persuadir as pessoas que suas percepções da realidade são
construções sociais. Patriarcado, Patriarcal: Institucionalização do controle
masculino sobre a mulher, os filhos e a sociedade, que perpetua a posição
subordinada da mulher. Perversidade polimorfa, sexualmente polimorfo: Os homens
e as mulheres não sentem atração por pessoas do sexo oposto por natureza, mas
por condicionamento da sociedade. Assim, o desejo sexual pode dirigir-se a
qualquer um. Heterossexualidade obrigatória: Força-se as pessoas a pensar que o
mundo está dividido em dois sexos que se atraem mutuamente sexualmente.
Preferência ou orientação sexual: existem diversas formas de sexualidade –
incluindo homossexuais, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis – que
equivalem à heterossexualidade. Homofobia: Temor a relações com pessoas do
mesmo sexo, pessoas preconceituosas contra os homossexuais” (o termo se baseia
na noção de que o preconceito contra os homossexuais tem suas raízes na
exaltação das tendências heterossexuais).
6.Há
oito anos, um judeu maçom, membro do Clube Bilderberger e da Comissão
Trilateral, afiliado à alta maçonaria hebraica B’nai B’rith (Filhos da
Aliança), Jacques Attali, ex-assessor de Mitterrand, visitava a Argentina, e em
uma entrevista dada a um jornal portenho, fazendo propaganda da Nova Ordem e do
Governo Mundial, disse estas palavras: “penso que uma globalização governada é
uma coisa boa… Estamos vivendo um período em que está desaparecendo o que muita
gente via como a verdadeira natureza humana…”. E, ao fazer o panegírico da
democracia como ferramenta da mudança em direção ao Governo mundial,
acrescentou: “creio que uma das mudanças importantes que ocorrerão no terreno
da moral é o questionamento da monogamia e da fidelidade como uma necessidade
absoluta…, porque a grande tendência do mundo atual é a liberdade. E se
refletirmos bem, a liberdade não é apenas ‘ou’, a liberdade é também ‘e’…, em
uma época em que a expectativa de vida está aumentando, não creio que se
encontrem fidelidades excessivas durante muito tempo… É melhor. O fato de que
as pessoas tendem a viver em redes múltiplas… essa multiplicidade vai se
estender também à vida sentimental… A realidade de vidas e parceiros múltiplos
vai ser cada vez mais visível, e a hipocrisia da sociedade ficará a nu. A
continuada ascensão da liberdade individual transformará os costumes sexuais…,
os avanços tecnológicos debilitarão ainda mais os vínculos entre sexualidade,
amor e reprodução, que são conceitos muito diferentes. A generalização dos
métodos anticoncepcionais eliminou já um obstáculo importante para a
possibilidade de ter vários parceiros… Hoje a maioria das sociedades já aceita
as relações amorosas sucessivas; em breve reconheceremos o amor simultâneo como
algo legal e aceitável. Homens e mulheres poderão formar parcerias com
diferentes pessoas que, por sua vez, terão outros parceiros também. Por fim,
reconheceremos que é humano amar a várias pessoas ao mesmo tempo.”
7.Gn
19, 24-25.
8.Lv
18, 24-29; 20, 13.
9.Rom
1, 24-32.
10.1Cor
6, 9-10.
11.Ap
21, 8.
12.S.
T., IIa IIae, q. 154, a. 12 ad 1.
13.S.
T. IIa IIae, q. 154, a. 12 ad 2: Ad secundum dicendum quod etiam vitia contra
naturam sunt contra Deum, ut dictum est. Et tanto sunt graviora quam sacrilegii
corruptela, quanto ordo naturae humanae inditus est prior et stabilior quam
quilibet alius ordo superadditus.
14.S.
T. IIa IIae, q. 154, a. 12 co
15.S.
T. Ia, q. 98, a. 1.
16.[N. do E.] As definições de supósito e de pessoa foram dadas por Boécio. Sua definição de supósito é a de substância individual de natureza completa; sua definição de pessoa é de substância individual de natureza racional.
Fonte: https://permanencia.org.br/drupal/node/5811
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