segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Confrontando a Arrogância Teológica: Cultivando a Humildade Cristã.



Tiago 4:6b: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”.

A humildade cristã é um atributo essencial na vida do crente e é exemplificada perfeitamente em Jesus Cristo. Como seguidores de Cristo, somos chamados a buscar o conhecimento e aprofundar nosso entendimento teológico, pois ele nos ajuda a compreender melhor a Palavra de Deus e fortalecer nossa fé. No entanto, é importante lembrar que o estudo teológico por si só não é o objetivo final.

Quando nos envolvemos excessivamente no estudo acadêmico da teologia, corremos o risco de nos tornarmos orgulhosos e arrogantes, acreditando que o conhecimento intelectual é o suficiente. A letra pode nos sufocar, se não a acompanharmos com uma vida de amor, humildade e devoção a Deus. A humildade cristã nos leva a reconhecer que nosso conhecimento e sabedoria vêm de Deus. É um reconhecimento de que, apesar de todo o nosso estudo, ainda temos muito a aprender e crescer espiritualmente. A humildade nos lembra que a verdadeira sabedoria está em aplicar os princípios bíblicos em nossa vida cotidiana, buscando viver em conformidade com a vontade de Deus.

Hoje em dia, é possível observar um fenômeno nos púlpitos das igrejas: mensagens perfeitamente elaboradas, pregadores que atingem o ápice de sua oratória e uma vasta citação de textos bíblicos, livros e trechos de renomados teólogos. No entanto, algo está se perdendo nesse processo, algo essencial para que a Palavra de Deus toque profundamente o coração dos necessitados.

Muitas pessoas chegam às igrejas em busca de refúgio, desesperançosas e sedentas por uma palavra que as console, fortaleça e transforme suas vidas. No entanto, quando se deparam com mensagens tão bem expostas e estruturadas, acabam saindo da mesma forma que chegaram, sem encontrar respostas para suas angústias e desesperanças. A palavra proferida, embora embasada em conhecimento teológico, está cada vez mais desprovida de um fator espiritual que toque fundo no coração das pessoas.

Lembramos que nas primeiras pregações dos apóstolos para os primeiros cristãos, o caráter da mensagem era diferente. Havia uma conexão profunda com o Espírito Santo, que agia poderosamente na vida das pessoas. A mensagem não era apenas uma exposição teológica, mas uma manifestação do poder de Deus que transformava vidas. No entanto, o zelo excessivo pela palavra e a busca incessante por conhecimento podem levar a igreja a perder sua essência e seu primeiro amor, como aconteceu com os cristãos de Éfeso, conforme descrito em Apocalipse 2:2-6.

O evangelho que é pregado em alguns púlpitos hoje não é o evangelho capaz de gerar uma verdadeira transformação na vida da igreja. É necessário resgatar a humildade cristã, que reconhece que a sabedoria humana é limitada diante do poder e da ação do Espírito Santo. Devemos buscar um equilíbrio entre o estudo teológico e a experiência espiritual, permitindo que a Palavra de Deus seja viva e eficaz, alcançando os corações mais necessitados. (Hebreus 4:12).

Que possamos, como pregadores e membros das igrejas, buscar uma vida de oração, devoção e humildade diante de Deus. Que nossas mensagens sejam embasadas na Palavra, mas também impregnadas do amor de Cristo e do poder transformador do Espírito Santo. Que a mensagem proferida dos púlpitos seja capaz de tocar profundamente as vidas, trazendo esperança, cura e restauração, assim como nos tempos dos apóstolos. Jesus Cristo é nosso exemplo supremo de humildade. Ele, sendo o Filho de Deus, se humilhou, tornou-se servo e viveu uma vida de amor e serviço aos outros. Ele nos ensinou que a verdadeira grandeza está em servir e amar ao invés de buscar status ou reconhecimento humano. (Filipenses 2:5-8).

Portanto, ao estudar teologia, devemos nos lembrar de que o conhecimento adquirido deve nos levar a uma maior dedicação a Deus e à prática dos ensinamentos de Cristo. Que nosso estudo seja acompanhado por uma vida de amor, humildade e devoção, refletindo o caráter de Cristo em todas as nossas ações.

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